Marcel Moreno
Esta película cinematográfica acompanha a vida de
Yusuf, um homem que escreve poemas e é dono de uma loja de livros usados. Ele é
uma pessoa fechada que vai descobrindo algo novo sobre sua vida mesmo sem saber
disso, e mesmo sem estar procurando. Em vários momentos do filme é lindo ver
que o ator que outrora iniciou fechado e com certo ar frio, com o tempo vai se
abrindo aos poucos, ora com um sorriso, ora com uma preocupação com a sua
“prima”. Ele como um personagem contido, em alguns momentos, deixa transparecer
que certas coisas não são para ele, apesar de também demonstrar que gosta do
que vê e o deseja. Podemos perceber que ele tem algo que o incomoda que não
sabemos, e nem ele mesmo sabe, é algo interno que podemos sentir.
Talvez a vida de Yusuf seja tão difícil de ser compreendida porque não é contada
com palavras, são as belas imagens repletas de símbolos que contam para o
telespectador qual o momento que ele está passando, e nisso Kaplanoglu foi
muito assertivo. O nome do filme é um momentos vitalícios Yusuf, um momento de
quebra do ovo, de purificação, de desligamento materno – e talvez seja isso o
que o incomoda – de retomada de objetivos, mas ele deve se lembrar de que deve
quebrar a casca para passar para o estágio talvez adulto, talvez animal maduro,
talvez um encontro dele com ele mesmo. Alem destas imagens, ainda há outras com
cachorros, carneiros, chuvas, etc, que dão um ar mágico para o filme com o uso
de simbolismo que aguça ainda mais a nossa imaginação e que enriquece a obra.
Outro ponto positivo para o filme é o uso de plano aberto que transforma as fotografias do filme em quadros estupendamente fascinantes. As imagens não são mostradas com rapidez, o que torna ainda mais lindo quando se pode prestar atenção em todos os detalhes e filosofar sobre alguns signos apresentados. Para somar com isso temos a presença de sons ambientes que dão um toque ainda mais natural às cenas, deixando a mercê do ambiente, e muitas vezes da natureza, a brilhante composição da trilha sonora do filme.
Esta é com certeza uma película importante para
enriquecer o hall das grandes obras do mundo cinematográfico. Toda mistura de
imagens, um personagem instigante e sons maravilhosos, imprimem as
características primordiais para a continuação desta trilogia com a criação dos
próximos filmes Sut (2008) e Bal (2010), que seguirá contando a vida de Yusuf. Apesar
de o filme não ter um final, o filme não fica entregue a subjetividade de quem
vê, nem mesmo o que acontecerá com ele no final é importante e tão pouco fará
diferença, o importante são as imagens que mostram suas passagens e dão
indícios da construção da psicologia do personagem com experiências de vida e
evolução, talento que deve ser muito valorizado pelos amantes da 7ª arte.
Título original: Yumurta
Título no Brasil: Ovo
Ano de lançamento: 2007
País de origem: Turquia
Diretor: Semih Kaplanoglu
Título original: Yumurta
Título no Brasil: Ovo
Ano de lançamento: 2007
País de origem: Turquia
Diretor: Semih Kaplanoglu
um amigo havia recomendou-me este filme...
ResponderExcluirMas, acabei deixando escapar. Pena; Pois parece ser o que promete... Um deleite aos que sentem!
Irei conferir!
;D
Eu também ainda não o assisti, pra ser sincero acho que nem tinha ouvido falar sobre ele até hoje... pela sua descrição vejo que ele é do tipo de filme que mais aprecio, esteticamente belo e reflexivo, vou procurá-lo e prometo voltar aqui se conseguir assisti-lo!
ResponderExcluirhttp://sublimeirrealidade.blogspot.com/2012/01/separacao.html