Por Marcel Moreno
Este
com certeza é um documentário muito diferente do que estamos acostumados a ver
sobre a maconha. Ele não faz necessariamente uma apologia a droga, mas nos faz
pensar em tudo que sabemos até hoje e todas as informações que a nós chegou por
meio da mídia ou do governo. Em alguns momentos ele até levanta o debate sobre
a liberalização do uso, mas indiretamente e mais ligado a subjetividade de cada
telespectador, e muito diferente do trabalho apresentado no documentário
QUEBRANDO O TABU (2011), onde basicamente quem assiste é levado a um pensamento
mais aberto sobre o uso da erva. Não necessariamente quem defenda a liberdade de
uso seja um usuário ou um defensor da droga, mas vale lembrar que todos somos
livres para saber o que é bom para nós, e devemos, sem dúvida, lembrar que o
nosso direito acaba quando o direito do outro começa.
Por anos o governo dos Estados
Unidos gastou muito dinheiro combatendo o uso da maconha, algo que chega em
torno de 214 Bilhões só no período de 1980 a 1998, usados no combate ao
usuário, construção de presídios, propaganda, etc, e o momento mais crítico,
quando parecia que tudo iria ser como queria a maioria da opinião pública, foi
no governo Bush. Um dos governos mais duros e conservadores foi o do Nixon, que
caiu por terra por conta dos escândalos do presidente.
Na área cinematográfica, Hollywood
também teve sua participação. No auge do movimento contra o uso da erva, vários
filmes como VICIO (1951), TEENAGER REVOLUTION (1966), ERVA DA LOUCURA (1936), SUA
UNICA SAÍDA (1947) ou VIRANDO FUMAÇA (1978), zombando dos usuários e criticando
o uso, ora engraçado, ora com dramas com direito a assassinatos, o cinema dava
seu recado na disseminação das ideias de proibição do
uso. Inclusive alguns roteiristas se sujeitavam as censuras do governo quanto
ao uso de roteiros que defendiam o uso, entregando-os, se rendendo assim as
vontades do poder que coagia seus trabalhos que continham "mensagens
erradas".
No campo político e religioso
não foi diferente. Alguns políticos usaram da descriminalização para se
promover, ou mesmo a proibição como centro da propaganda política. Insclusive os Estados Unidos alegaram que todos os traficantes eram comunistas. Que a maior disseminadora da droga era a China Socialista. Que todo usuário era um comunista disfarçado. Tudo em torno de uma vontade de desestabilizar o governo norte americano. Na área
religiosa, as igrejas foram as ruas para dizer que eram contra e que "satã
é a erva atuando no seu espírito". E assim as informações foram se
cruzando, se misturando, se midificando e chegou até nós talvez distorcidas ou
sem nenhum embasamento, enquanto o cigarro e a bebida alcoólica são drogas
lícitas e usadas por todos.
Assim o habito dos imigrantes
mexicanos que trabalhavam nas fazendas e fumavam maconha após o trabalho, se
espalhou pelos Estados Unidos, atingindo o gosto do jovem americano rebelde e
de muitos adultos, sendo diretamente usados pelos Hippies. O governo dos Estados
Unidos usou do seu poder de influência para induzir a proibição do uso no mundo
todo, sem ao menos, fazer uma pesquisa e acreditar nela. Desta forma o jovem
com o intuito de ser aceito pelo grupo, passou a usá-la buscando
zueira e diversão. Quando os governos vão aprender que proibição e uso de penas
criminais não são a saída para desestimular o uso de drogas? Que o povo reage
de forma rebelde contra censuras e proibições? Uma coisa é certa: Essa tática
não é eficiente e nem nunca será. Como já escrevia Machado de Assis no conto A
Igreja do Diabo: "- Que queres tu, meu pobre diabo? As capas de algodão têm
franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É
a eterna contradição humana".
Título Original: Grass
Título no Brasil: Maconha
Ano de Lançamento: 1999
Direção: Ron Mann
Sabe onde encontro para assistir...isso ia ser interessante !
ResponderExcluirVitor, vc consegue facilmente n internet digitando nos sites de busca .... braços ....
ResponderExcluirEu gostei bastante desse documentário, principalmente porque ele mostra a hipocrisia dos Estados Unidos de saber que não é a maconha a fonte dos grandes problemas e, ainda assim, insistir em culpá-la, atingindo desse modo as classes operários e os que vivem à margem da sociedade, sejam eles os mexicanos imigrantes ou os hippies, que inevitavelmente traziam uma mensagem bastante divergente do moralismo dúbio dos estadunidenses!
ResponderExcluir;)
OLÁ..COMO DISSE VIM O VISITAR
ResponderExcluirGOSTEI MUITO DE VOSSO BLOG
DO CONTEÚDO E DA ESTRUTURA
VIREI MAIS VEZES
GRANDE ABRAÇO
BRUNO
Assisti...tinha razão é fenomenal. Matamos alguns mitos aqui em casa !
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