Por Marcel Moreno
As relações humanas e familiares ainda
é um tesouro a ser descoberto e entendido. Longe de ser uma forma robótica de
direcionar uma vida, as relações unem e aquecem o que há de mais precioso no
ser humano: a capacidade de formar grupos que se relacionam entre si e se
desenvolvem uns com os outros, porque ninguém está sozinho, nenhuma sociedade
se desenvolve sozinha. E esse intercambio de informações e relações afetuosas
começam no lar, onde as crianças aprendem a respeitar os pais e a ama-los como
ser humano, como família, como grupo, como o próximo, como um todo.
Aventurando em um planeta
desconhecido, Milo embarca para Marte com o intuito de salvar sua mãe de um
futuro incerto. Nesta jornada acaba descobrindo muito mais do que novas
pessoas, descobre a sí mesmo, o amor que sente pela mãe e o mais importante: até
que ponto chega o amor de sua mãe por ele.
O
filme todo se baseia em símbolos que dão referência as relações humanas. Temos
Milo que não dá valor ao amor da mãe, e mesmo porque não conhece e nem sabe de
sua intensidade; Temos Gribble, um garoto nerd que vive sozinho em Marte por
conta das consequências da sua vida, mas que simboliza os realmente nerds que
são extremamente legais e inteligentes, e ao mesmo tempo carentes das relações
humanas, sejam elas por timidez ou por sofrerem bullying; Temos Ki, que como o
próprio som do nome diz, é a chave para as relações humanas. Curiosa como é, se
interessa demais por outras culturas, e se envolve, e contagia, e dissemina, e
valoriza tudo que foi perdido no seu planeta; E todos estes estão em um planeta
que tem o relacionamento humano extinto, com segregação de sexo e seus filhos
criados por máquinas, o que faz com que todos os valores humanos sejam
perdidos.
Assim como
a ilha onde foi encontrada a estátua de Venus, Milo recebe o nome da ilha em
referência tanto a deusa quanto a própria ilha, pois foi la, nesta pequena ilha
grega, que encontraram a estátua da deusa do amor e da beleza. Na busca de um
bem que não sabia ser tão precioso, e que sentia falta apenas pela ausência do
sentimento de segurança como toda criança, o garoto descobre dentro dele o amor
pela mãe, assim como em algum lugar da ilha, em alguma expedição ao
desconhecido, encontraram esta belíssima estátua. Amor como o maior tesouro do
homem o fez reconhecer o papel daquela mulher em sua vida e traz a tona o valor
das importantes relações dos pais, independente da forma, e desde que seja
verdadeiro, com o filho. Infantil nas suas crenças e teimosos como toda
criança, Milo percebeu até que ponto vai este amor e até que ponto uma mãe pode
chegar para salvar um filho. O amor que ele renegou, neste planeta e algo mais
do que precioso, é algo que foi perdido e não sabem como recupera-lo.
Em
suma as relações humanas vão se perdendo, as famílias vão perdendo seus valores
e o homem já não é mais completo. As velhas crenças nos velhos modelos caem
quando percebemos que o ser humano não é perfeito, nem mesmo os pais. E o mundo
vai seguindo seu rumo sem conhecer o por quê do seu caminho e agora sem
conhecer nem mesmo quem é. Deveríamos ter
aprendido com a natureza que vive em completa harmonia com suas plantas,
arvores, ervas daninha e sua fauna. Se continuarmos desta forma, se já não
sabíamos onde iremos chegar, agora não saberemos onde iremos acabar. Mas o
velho movimento Hippie já nos dizia muita coisa: As flores vão salvar o mundo!
Título
original: Mars Needs Moms
Título no
Brasil: Marte Precisa de Mães
Ano de
lançamento: 2011
País de
origem: EUA
Diretor: Simon
Wells
Ainda não vi o filme, irei procurá-lo para asssistir!
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